26 de dezembro de 2006

Petita

saiba: todo mundo foi neném.

18 de dezembro de 2006

Elaborando

Não escondo, digo com a cara-de-pau que tenho: acordei cedo, botei meu manto sagrado, fiz um mate e sequei. Sequei, sequei, sequei. Porque me lembro dos colorados gastando a maior grana pra comprar camisetas do Ajax antes do nosso jogo do mundial. E secar. Ali acabou minha ilusão de que "gaúchos torciam pra gaúchos".
E vi o jogo com nojo. Me invadiu a sensação da copa: um time de futebol carioca, cheio de toques e firulas e soberba. Ah, mas que arrogância. Estranhei muito o Ronaldinho, que nunca olhou pra trás sequer pra agradecer o time que o projetou - um time campeão do mundo! -, dizendo na imprensa que seria vaiado, pois todos sabem que ele "é gremista". Que legal, usar o nome do Grêmio justo agora, a uma semana da premiação dos melhores jogadores do mundo, não? E tomou-lhe nos dedos. Todos os arrogantes do Barça tomaram. E Ronaldinho vai seguir ganhando rios de dinheiro e comprar casas e mulheres e até seus passes. Mas seu time não é campeão do mundo.
Eu não minto: chorei. Chorei a fu, e de raiva, vou dizer que não? Um colorado choraria também. Só depois da pura emoção é que se pode pensar. Robertinha, Iacã, Danilo, Petry, Danichi... sabem isso de viver o futebol assim na veia. Alguém me disse que era ser criança sofrer por isso. Que seja ser criança! Ser criança é bom. Chorar de emoção porque subiu da segundona pra primeira com 7 em campo, chegar em terceiro no campeonato brasileiro no ano seguinte. Achar graça que colorados, vejam, com o maior título na mão!!!, ainda fazem referência ao Grêmio. É, não adianta: o que seria de um sem o outro? Que graça teria? hahahahhaha...
O Inter ganhou à la Grêmio: com humildade, sem estrelas, mas com vontade de ganhar. O futebol hispano-carioca perdeu pro futebol portenho-gaúcho. Mais uma vez.
E o time-do-corpo-sem-órgãos-do-capital mostrou seu furo. Ainda bem.
Porque o uniforme do Barça deve custar um absurdo, o corte de cabelo do Ronaldinho também. Mas ser campeão do mundo, ah, isso não tem preço.

Então que venham as forças. E os reforços. Que venha um ano de gaúchos raçudos na Libertadores. Ai ai ai, que cheiro de disputa boa.

E que venha o nosso tri-bi.

14 de dezembro de 2006

modular

de tanto vento, paira.
observa quase levitante a batalha à sua volta.
corpos. olhos. cotovelos. cantos de olhos. cantos.
gira tangenciando durezas, amolecendo o chão.
seu chão, pode dizer.
em dança inventada à medida que dança.
seu corpo, pode dizer.
em curvas inventadas à medida que ama.
e ama, ama, ama. dilata a gama
do que é sensível.
leva o sangue a órgãos de prazer e deixa passar.
desfaz-se de órgãos em nome da leveza de insustentavelmente ser.
não mais é - está.
mescla os movimentos em nome da certeza de quase vir a ser.
não mais gruda - desliza.
passeia Dionisa por peles molhadas. as molha.
tudo o que toca, vibra.


desde aquele dia em que vestiu-se de poesia, é bem mais feminina.

11 de dezembro de 2006

To be or not to be

Miranda come, sabe-se lá, farelos de pão com alho? Lígia tira o chapéu pro Enzo.

Enzo não entendendo o que esse enorme bebê faz no colo da sua mãe, ora bolas.


O carioca até que tira uma onda de gaudério.


É bem interessante, os gaúchos têm uma comida que eles fazem cravada em espadas.


Suspende a ceva (dos dois)!


Os pequeninos Enzo e Miranda em sua casinha. Que amor.

Sim, te entendo, Vinicius...

É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração

Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não

Senão é como amar uma mulher só linda
E daí?
Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão

Fazer samba não é contar piada
E quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração

Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não

Feito essa gente que anda por aí
Brincando com a vida
Cuidado, companheiro!A
vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado embaixo: Deus
E com firma reconhecida!
A vida não é brincadeira, amigo
A vida é arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida
Há sempre uma mulher à sua espera
Com os olhos cheios de carinho
E as mãos cheias de perdão
Ponha um pouco de amor na sua vida
Como no seu samba
Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não

Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração

Eu, por exemplo, o capitão do matoVinicius de Moraes
Poeta e diplomata
O branco mais preto do Brasil
Na linha direta de Xangô, saravá!

Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não

Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração

3 de dezembro de 2006

Falando em lindas...