29 de abril de 2007

REDUÇÃO? E A NOSSA REAÇÃO?

Pessoal, sem demagogia, esse assunto é muito sério. Espalhem para seus contatos, DAs, conselhos, façam a discussão reverberar em suas instituições, círculos de colegas, amigos, mesas de bar. Diz respeito a todos nós.
Já está no Senado o projeto de lei que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos (link mais abaixo). As nossas prisões já estão lotadas (nem vou entrar na questão se elas são a melhor solução), já sabemos que isso nunca reduziu a criminalidade no país. A coisa mais fácil do mundo é, como sempre fizemos e reforçamos, não ter de enxergar, de discutir, de escutar, de se implicar nessa problemática da violência e da juventude no país. Por isso votamos um referendo que ninguém discutiu, por isso dizemos "sim" à prisão para adolescentes de 16 anos - para a responsabilidade não ter de ser nossa, da sociedade civil, e sim do jovem, sozinho. E ao governo cabe punir. Como se essa enorme quantidade de infrações e crimes não fosse um sintoma social, gritando e apontando que algo está errado em nosa sociedade. Como se fosse simplesmente uma absurda quantidade de "gente malvada, gurizada vagabunda, personalidades doentes".
Como se produz a violência, afinal? Vamos parar pra pensar sobre? Vamos multiplicar a idéia de discutir isso?

Temos um Estatuto, o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990 (http://www.planalto.gov.br/ccivil/Leis/L8069.htm), que que levou anos para ser criado pois ninguém queria sair daquela lógica tão concretizada pelo veeeeeeeeeeelho Código de Menores de 1927 e 1979 (ver http://www.mp.rs.gov.br/infancia/doutrina/id214.htm e http://www2.ibam.org.br/municipiodh/biblioteca%2FArtigos/crianca.pdf), de que crianças e adolescentes pobres tinham de ser tratados diferentemente dos de classe média e alta. E que dizia que a responsabilidade era do governo. Pois bem, estamos em 2007, temos 17 anos de ECA, e ele postula que somos responsáveis, também, pelas crianças e adolescentes de nosso país. E o que fazemos? Os prendemos?
"Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária."
O que faremos? Que tal, ao invés de apenas concordar/discordar, mandar prender ou não, pensarmos em alternativas, juntos? Que tal pensarmos no que a prisão (não) tem a contribuir para o problema da criminalidade? E no que um jovem de 16 anos ainda pode ser, para além daquilo que fez, na vida? Que tal respondermos ao projeto de lei?

Quando articularem encontros e discussões, dêem notícias. Eu darei assim que tiver algo. Alguma outra idéia? Mandem!
Um grande abraço.

27 de abril de 2007

Pescaria I

Das leituras tantas, alguns trechos pescados.


Ajoelhei-me. Era um hábito, ajoelhar. Sentei-me. Melhor ajoelhar, pois a pontada aguda nos joelhos era uma distração da terrível quietude. Uma prece. Certo, uma prece: por motivos sentimentais. Deus Todo-Poderoso, lamento ser agora um ateu, mas o Senhor leu Nietzsche? Ah, que livro! Deus Todo-Poderoso, vou jogar limpo nesta questão. Vou lhe fazer uma proposta. Faça de mim um grande escritor e eu voltarei à Igreja.
.
John Fante -"Pergunte ao pó".

26 de abril de 2007

Te dizem pra economizar o dinheiro, tu economiza.
Te dizem pra reduzir o consumo de doce, tu reduz.
Te dizem pra consertar o carro, tu conserta.
Te dizem pra estudar e ler muito, tu estuda e lê muito.

Mesmo assim, continuam os buracos na tua conta, nos teus dentes, no teu carro e no teu cérebro. Eu não entendo mais nada.

PS: Cáries não merecem existir. Nem brocas.

25 de abril de 2007

Aos psicólogos



Leiam "Guardiães da Ordem", da Cecília Coimbra.


Suspeita sou, sem dúvida, mas o fato é que é uma verdadeira aula sobre a intervenção psi no Brasil. Obra de inegável valor e inspiração. E raríssima.


Buen provecho!


.


.
.

21 de abril de 2007

Nada pode ser maior


Atuação fulminante. Gritos e rouquidão na metade do primeiro tempo.
Esse aí comeu a bola.
*
Mano: aprendeu que Ramolenga não pode ser titular?
Inter: aprendeu o que se chama "botar pressão"?
*
Meu time é muito foda. É inacreditável. Quero um outro DVD segunda-feira.
.
.

18 de abril de 2007

Menino do Rio

de Copa


do Parque Lage



idem




do campus da UFF











Cinti.lá.......alicendo......aqui vou eu

passeei por um tempo. mas o tempo passou. queria que fosse comprido, por pouco não parou. o presente se dilata - mas que nada -, vira pó que rende longos litros. coisa chata. quero que o tempo passe e se comprima.
.
.
.
se tomasse um comprimido, o tempo passaria num engolir de pílula!
.
.
.
.
.

10 de abril de 2007

Nas lacunas, o sublime

Diante da ultrajante angústia do vazio, vivendo a devastadora experiência do nada absoluto, arrastando-me no vácuo das não-atividades, vertendo tantas lágrimas no unútil chão por onde passo...

Finalmente consegui compilar algumas coisas ditas "boas" (apenas segundo as devassas mentes dos desocupados) na triste vida de uma formada desempregada:

- escolher um livro - qualquer livro - da minha prateleira para ler sem a preocupação se vai ser útil pra algum trabalho ou artigo.

- ler o jornal em algum restaurante ou café por uma hora, como se a minha água de copinho demorasse tanto para ser consumida.

- viciar-me em sex & the city, ao ponto de ver todinha a primeira temporada alugada em dvd até as 4 da manhã.

- ir até a casa da minha vó Adiles para almoçar sem me preocupar com o quanto ele fala devido a algum compromisso na primeira hora da tarde.

- ir até o bom fim só pra comer o melhor açaí da cidade ou um chapati delicioso na cantina do yoga do de rose.

- vasculhar bancas de revistas pra achar umas que prestem (a cult desse mês está ótima).

- fazer as minhas próprias unhas - dos pés E das mãos - criando cores a partir de misturas que vão de via láctea + rosa antigo a obssessão + carmen.

- procurar lugares pra estacionar de graça, podendo ainda fugir dos flanelinhas.

- deixar de organizar o guarda-roupa simplesmente por ser chatíssimo, e não por outra coisa mais urgente pra fazer.

- deixar que artigos inteligentes despertem a vontade incontrolável de ler um deleuzesinho no fim de tarde.

- além, é claro, dos clichês "sair qualquer dia da semana", "almoçar a hora que quiser" e "escrever um monte de merda no meu blog".

4 de abril de 2007

Passarão

Alguém lembrou do dia dos bobos? Será que, por ter sido num domingo, foi mais sem graça, já que não tinha aquele teu colega de trabalho pentelho pra sacanear? Ou a preguiça dominical te impediu de ver aqueles amigos pra se arriar um pouco?
O fato é que, pra mim, não teve nada de gracinhas. Irônico ou não, foi o dia que encasquetei em inicial o ininiciável, encarar o inencarável, deparar-me com o indeparável... Pré-projeto de mestrado.

Pois bem, tive meu mini-surto; mas em seguida fiz minhas afirmações com minha fita cassete de auto-ajuda (e algumas ligações) e consegui voltar ao estado de mulher maravilhosa e inteligente e capaz e apenas um pouquinho neurótica.
É muito bom lembrar-se do quão capazes somos. Beba dois litros de água por dia, faça exercícios, evite carnes vermelhas, curta seus amigos, seja responsável. Mas nunca esqueça de lembrar-se do quão capaz você é de ser outros. E pra saber disso - antes de se lembrar disso - é bom se tratar. Nunca vi correntes de emails nem reportagens em revistas que digam isso, mas bem que deveriam. Não me atreveria, porém, a lançar essa moda no dia dos bobos.

Passou a oportunidade de piadas. Passou o medo inicial de começar. Agora só falta passar.

2 de abril de 2007

só dor.

.
.
.
Pé ante pé, bem que tentaram mantê-los.
Conseguiram, até!
Barulho forte vila afora, no meio da noite e do dia.
Mas eis que mais que o caminhão e a bola passaram por onde se ia.
Quem bateu lá, além dela?
"Um guri banguela", assim se dizia.
Sabe-se lá por quê, nem foi de ré, o mané.
Que mania.
Pé em pé, de boca em boca,
Apanharam de si prórpios.
.
.
.
.

ci.ela fosse ali.ce.ria. (leia.c: la.cei eu!)


deitou no colo e cobriu-se com brisa. a fez curiosa o senhor branco de relógio, atrasado. atrasou-se atrás dele. nunca é tarde. foi buscando os ponteiros de sempre.

de repente caiu. às avessas. (abismo invertido? na queda ascendeu mais e mais!) e descobriu portas e chavões e nada de relógios. bichos traquineiros. bandos inteiros. a correr. viu polícia, viu calçada, viu bandido a mão armada. a sua mão armada. a sua arma inventada. foi buscar seu tamanho e suas cores, nada apressada.

falou com loucos que tinham mais aniversários que ela. que tinham mais aniversários nos desaniversários, como ela. deparou-se com sábios e com os que se diziam sábios. e escutou. moveu-se, ventou-se, parou-se. escutou-se. vieram ouros, corações, copas, paus. gatos nômades a lançar-lhe a interrogação. quando mais se perdeu foi quando mais se encontrou.

não puderam cortar-lhe a cabeça: ela só cresceu mais - e transbordou a casa.
.
.
.

1 de abril de 2007

Chiquinha

Que maravilha.
Depois de semanas sonhando com ele (não fui só eu), o vejo ao vivo pela primeira vez. E assim, à la tiete, correndo pra beira do palco no bis. Prum peixinho desmemoriado, me impressionei como cantei tudo junto.
Pena que, segundo o ranking da MTV, ele seja dos artistas mais preguiçosos e, devido a isso, produza CDs só quando precisa de grana (embora eu não concorde com isso). Se depender dessa turnê, ainda vai demorar...
Bem que os artistas poderiam fazer dois shows no salão de atos da UFRGS. Que façam, então, suas três ou quatro apresentações no absurdamente caro SESI, mas façam essas outras também. Nem que seja em formato mais enxuto. E sem cenário.

Mas tudo bem, a gente se quebra só pra ver esses olhos tímidos e desesperadamente azuis bem de pertinho. E sorrir largo assim quando ele toca João e Maria.