28 de junho de 2012

Post secreto



Não ser radical (e com isso conquistar sorrisos de aprovação).
Alguns de admiração, até.
Não ser politicamente correto.
Mas ser a favor dos Direitos Humanos (ou dizer que é).
Mas ser mais a favor das práticas ou empreendimentos sustentáveis do que dos Direitos Humanos.
Não ser de direita.
Nem de esquerda.
(O que é isso? Never mind, assunto chato).
Não ser intelectual.
Mas se declarar inteligente (só achar não basta).
Não ser totalmente mainstream (mas uma pitada é bom).
Corrigindo: ser meio intelectual.
Ser meio de esquerda.
Sempre bonito, claro.
Ser meio artista (ou achar que é, ainda que não crie porra nenhuma).
Ser meio publicitário (ingrediente muito importante!).
Se importar um pouco com a moda (a mais fresquinha novidade é criticá-la, ainda que - não conte pra ninguém - se mantenha sob seu crivo).
Ser contra receitinhas (apesar de reproduzi-las, reproduzi-las, reproduzi-las, reproduzi-las, reproduzi-las
reproduzi-las
reproduzi-las
reproduzi-las
reproduzi-las


reproduzi-las


reproduzi-las




reproduzi-las




reproduzi-las






reproduzi-las








reproduzi-las








reproduzi-las).




25 de junho de 2012

poema do golpe



o vice versa sobre o contrário
o verso veta o titular
o título destitui o titubeio
que tateia o vício do revés


visse?


o rei
contra
dito.






que erra




nas cores sujas da cidade 
uma poesia rastejante se esgueira 
pretO e brancA
belA e feiO
como uma deformação saturada


febril
doentia
latejante de prazeres e dores
no meio da avenida e na beira


quase louca
toda cheia
berrando sussurros para aqueles que
ratos como nós
ainda acreditam






22 de junho de 2012

Cinza.








Do ventre seco do vento brotam umas ganas de solidão.
Ele - o vento - bate decididamente na janela - dramáico.
Mas o pedido dela - da solidão - não é nostálgico; tem cara de nada. 
E pode-se ouvir uns meneios de mata atlântica com suas investidas sensuais.
Mas como não estou muito para poemas cheirosos
E nem muito paciente para companhias
A tropicalidade foi barrada do lado de fora.






Tô mais para um inverno esta noite.


















Em tempos de Livrodascaras, ando gostando de brincar de me esconder em blog.


:/






A página em branco do papel é mais paciente do que a barra piscante da tela branca do word.




A tela branca do word é mais paciente do que o quadrado pequeno da postagem do blog.




Ainda assim, o quadrado pequeno da postagem do blog é mais paciente do que a linha vazia do Facebook.




Quero mais lacunas, brancuras, silêncios, por favor. Me dê umas horas a mais no fim de tarde - e uma folha branca muito grande cheia de nadas, por gentileza.