20 de janeiro de 2010

se

se meus joelhos não doessem mais...




























me seria tirada a ilusão de que ainda posso ter dores de crescimento.

14 de janeiro de 2010

líquidas queixas








O Rio de Janeiro é uma cidade quente.

O Rio de Janeiro é mais do que uma cidade quente.
O Rio de Janeiro é uma cidade efervecentemente fervente.
Na última segunda-feira fez 41º na cidade do Rio de Janeiro, disse o Rodolfo Shneider, repórter da BandNews, no rádio. Sensação térmica? Derretentes 54º. Sabe o que que é isso, companheiro? É como torrar a tua cabeça numa frigideira em fogo alto. É como ter de trabalhar dentro de uma sauna úmida. É como o sol da uma da tarde no pior buraco da camada de ozônio - mas tu não tá na praia. É não ter idéia nenhuma de como homens conseguem colocar tarno e gravata, já que todos estão ensopados dentro do metrô, cujo ar condicionado não dá nem pra secar o suor do rosto. É nem te dar ao trabalho de te maquiar, se tu te maquia, pois durante o processo teu lápis vai traçar lágrimas negras no teu rosto e aquela blusa branca fresquinha vai manchar de pó compacto liquefeito. É sentir os odores, buduns, peles e mais líquidos dos que estão ao teu redor, com cara de deprimidos suicidas.

Nesse dia, bem nesse dia, eu estava num lugar chamado Baixada Fluminense. Aos leitores do blog que não connhecem o Rio, uma boa analogia à Baixada é o Vale do Rio dos Sinos. Isso mesmo, é uma região de vale, que fica atrás da capital, e o nome faz jus à sua geografia. Em frente, o Rio 40º com a acudida do mar; atrás, a serra 30º com a acudida da altitude. Então assim: se o Rio é o purgatório (da beleza e do caos), a Baixada é o inferno. Alguns dizem de lá: "do pó à lama", devido à sua vestimenta primordialmente de concreto e poeira laranja (dava pra dizer que dos tijolos às enchentes enlameadas, é tudo o mesmo material).
Entonces. Passei em Nova Iguaçu para pegar duas pessoas da minha equipe e fazermos uma visita domiciliar em Japeri, que é o INTERIOR de Nova Iguaçu. Isso mesmo, o interior da Baixada é tão interior que até atolar o carro nós atolamos.
Às 13hs.
Uma vez desatolados - ainda que toda essa função fosse um atoleiro em si -, seguimos nossa epopéia e voltamos a Nova Iguaçu. As pessoas nas ruas pareciam todas extenuadas de triatlos hard core: carnes rubras, pingavam e tinham dificuldade para respirar, com cara de "por favor alguém me tire daqui!". Meu pés, meus singelos pés tostavam no segundo passo dado na calçada.
IN
FER
NO.
Dali voltamos um pedaço da Dutra para pegar a estrada para Petrópolis - serra. Nem o ar condicionado do carro parecia dar conta. Depois de 30 min. mais ou menos é que sentimos o ar saindo mais frio. Eram quatro da tarde.
Da serra, saímos sete da noite. Olhei o termômetro: 34º. Que palhaçada, na serra, essa temperatura.

Dia seguinte, no purgatório, ouço José Simão, Band News outra vez:
"Rio de Janeiro, segunda feira.
Temperatura: 41º.
Umidade relativa do ar: 90%.
SEnsação térmica: QUERO MORRER!".

Por isso hoje estou com uma puta sinusite do cacete.

(Onde fica o céu?????)

















11 de janeiro de 2010

poema preguiçoso


eu quis escrever um poema preguiçoso.
ele falaria de moles malemolências
de embalos cremosos de rede
de pa
ssos bem mambembes
de bo
cejos e cochilos cochichentos



















mas...














sa
be...?
















deu u
ma preguiiiiiiiça...














vem cá



ca
ca
ca
ricando


ca
ca
ca
re
jando


ca
ca
ca
riocando

a carinosa m´en
ca
rou
e, de cara,
ca
cobrou
um
post.

(ok, agora que desandou, aqui está, o post que a peste pediu, porra!)