31 de julho de 2007

Mesa de bar


(da série "postei porque tava afim")



































29 de julho de 2007

Me aguarde! hohohoho


teimosa

Minuciosa formiga
não tem que se lhe diga:leva a sua palhinha
asinha, asinha.

Assim devera eu ser
e não esta cigarra
que se põe a cantar
e me deita a perder.

Assim devera eu ser:
de patinhas no chão,
formiguinha ao trabalho
e ao tostão.
Assim devera eu ser
se não fora não querer.

25 de julho de 2007

Historinha.

Era uma vez uma menina que não gostava de ler nem de escrever.
Nunca soube qual deles causava o outro. Em cada Natal ela sabia que iria para a casa da avó paterna e que ganharia o que a família gostava de chamar de "presentes educativos" - o que, para ela, era o mesmo que dizer "presentes chatos". Todos pacotes retangulares, densos, uns mais finos e outros mais grossos (ou devera ela já saber que existiam as palavras "delgado" e "espesso"?), empilhados ao redor de uma árvore bem pequenininha. Parados. O divertido era ver os nomes das primas recortados de revistas e jornais colados nos pacotes. Aquilo era divertido! Um belo efeito visual - apesar dela, na época, desconhecer esta expressão. No entanto, o conteúdo era sempre o mesmo: os monótonos livros.
Nada contra eles especificamente, bem pelo contrário: ela ouvia histórias toda noite, antes de dormir, lidas e contadas pela mãe. Mas não adiantava tentar fazê-la ler. Ela simplesmente achava que tinha muita coisa mais empolgante para fazer. Mesmo na escola, quando sua irmã deleitava-se com os livros obrigatórios a cada semana, ela só dava uma engambelada na professora e se safava de ler aquelas intermináveis páginas de tédio e corpo imóvel. Ela precisava se mexer, correr, falar, pular e se esconder. Descobrir coisas ao tocar nelas. Sentir na pele. Na hora de escrever, que vergonha sentia! Odiava as histórias que escrevia, não tinha jeito, aquilo não era pra ela! Ficava vermelha e não queria mostrar pra ninguém.
Só que se esconder é o que ela quis, muito tempo depois, quando entrou na faculdade. Todos ali eram bem crescidos - ela também! - e agora teria de ler, sim. Ainda conseguiu enganar professores (ou será que a si própria?) e não ler uma linha sequer de alguns livros, apesar de ir bem nas provas. O que eles não sabiam era que durante as aulas, ela fazia o que sempre fizera na infância: ouvia estórias. As estórias que os mestres lhe contavam. Com anotações minunciosas, ela gravava muito bem a teoria e caprichava nos exames. Ainda aí ela gostava de acreditar que a facilidade incrível que tinha com a língua portuguesa vinha de origens desconhecidas, como se tivesse nascido com um gene-livro-de-gramática, ao contrário do que sempre se comentava ("fulano escreve muito corretamente, isso é por ter lido muito!"). Ela não decorava regras; ela simplsmente sentia como era o certo para escrever. E secretamente desdenhava aqueles colegas que cometiam deslizes bobos. Enquanto isso, sua irmã, que sempre "escreveu melhor" do que ela, estudava jornalismo e produzia textos com todo gosto, deixando a família orgulhosa. Ela satisfazia-se em escrever o necessário.
Acontece que um dia era deparou-se com o inevitável. Teve de mergulhar nos livros. Não bastaram mais anotações em aula. Era como se alguém tivesse jogado ela dentro de uma piscina! Afogava-se em xerox, muitos xerox. E olha que nadar sempre tinha sido o forte dela. Caneta, sublinha, faz ficha. Sua irmã chegava a estranhar como se lia naquele curso! E a menina emburrou-se. Enfrentou meses e meses de oftalmologistas, dores de cabeça, madrugadas de leituras. Não gostava. Revoltava-se. Matava aula. Namorava. Passava bilhetinhos. Jogava papo fora. Agora sim, tinha decido, seria displicente, irresponsável, inconseqüente, desinteressada. Pela simples vontade de experimentar sê-lo, afinal nunca o tinha sido exatamente.
E foi por essa mesma curiosidade de tocar em coisas e pelo mesmo tédio com o mesmo que mesmo bem estável e feliz, saiu. Mandou-se, escafedeu-se, mudou-se, exilou-se. Quase dois anos sem estudar. Quase sem ler. Quase emburreceu. Voou o mundo, mas desesperou-se. Viu o quanto aprendia e aprendia com o que vivia, mas também tudo escapava como os balões de gás se nos escapam. Até hoje não sabe se sentia-se assim, meio vento, por uma ânsia generalizada e meio fútil de querermos sempre guardar tudo, reter tudo, chavear o diário e botar ele lá no fundo da gaveta... ou se por descobrir que o fato de só ela saber e lembrar daquilo tudo não era suficiente. Ao menos não para ela, que sempre foi inquieta.
Foi então que pousou. E tinha uma fome inominável. O cérebro roncava. Precisava ler. Precisava escrever, também. Era como se agora ela estivesse pronta pra sossegar e devorar um bom livro - com direito a molho caprichado e um bom suco! Palavras, linhas, parágrafos, quanto mais colorido o prato mais nutrientes tem, é o que dizem, e para ela quanto mais variedade lesse, mais vitaminada se tornaria. Teve um tempo em que até a mistureba foi demais, teve um pouco de indigestão. Desacelerou-se.
Eis que numa aula dessas ela conheceu um menino. Era um menino que tinha lido muito. Sabia muitas coisas mesmo. Coisas diferentes dela, até poque ele era bem diferente dela. Tinha viajado o mundo de outro jeito. Com o Marco Polo, por exemplo. Ela de repente gostou dele, nem sabia bem porquê. Esse jeito de gostar que é meio raro por aí, um jeito de gostar pelo que ele era. E não porque ele tivesse dado uma flor pra ela. Ou tivesse dito muita coisa pra ela. Aliás, ele não dizia muita coisa pra ninguém. Mas ela gostava que ele não dissesse. E gostava de tentar descobrir. Como sempre gostou: tocando. Pela simples vontade de experimentar.
E um dia ela estava conversando com seus amigos, com sua irmã, com sua mãe, e até com aquela avó que recortava e colava seu nome nos presentes educativos de Natal. E viu que queria mais isso: viver experimentando os livros. E um dia ela escreveu e não ficou com vontade de se esconder. Decidiu que ia mostrar sempre o que escrevesse! Foi então que ela teve uma idéia muito boa: ela ia levar uma vida em que se mexesse e tocasse nas coisas e experimentasse ao mesmo tempo em que lesse e escrevesse. Contou isso pra todo mundo de quem ela gostava, inclusive pro menino. Ele adorou a idéia e disse que ele também queria fazer isso.
E aí a menina, se sentindo meio burra, meio inteligente; meio fraca, meio forte; meio mesma, meio diferente, resolveu se mandar de novo. Mas não escafedeu-se, não exilou-se. Ela foi contar estórias e ouvir mais estórias. Ela foi tocar nas coisas e sentir na pele. Ela foi se esconder de vez em quando também. Ela foi voar num mundo bem mais pertinho.
Ela foi mas sabia que, em cada Natal, ela voltaria pra casa daquela avó, que nem existia mais, e sorriria ao ver aquela pilha de presentes educativos.

22 de julho de 2007

misstrago


Na despedida mais fake que já houve, o que não faltou foi:
pessoas, aquelas pessoas;
cerveja;
cara-de-pau;
gargalhadas;
brindes;
mentiras;
madonna;
momentos te considero;
verdades;
intervenções das quais não me lembro.
Amnésia pouca é bobagem.
Nada melhor que uma noite destas em que até parabéns me cantaram pra no dia seguinte dar as clássicas risadas a cada flash que irrompe na memória. E a cada um, retorno junto às horas passadas. De repente sair de Porto Alegre não só foi de fato adiado como também é como se não importasse. Porto Alegre é que nunca vai sair de mim.

11 de julho de 2007

feixes de folhas
....................fagulhas
..........................falésias
.................................falhas
rios de disparos
.....................discursos
............................díspares
.......................................dispersos
portos de pontos
.........................partidas
..................................pontes
...........................................partes


cruzamentos ....críticos.. ..... .camaleônicos.......catapúlticos
.................caóticos......catastróficos ............catados
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ei-los engendrados em estação estável eclética engatados enfáticos em elos
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......amorfos..........................................afáveis
...........amontoam-se..... arteiros .............alheios
................... .........alegres....... avoados .........a algo além ar
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e zás! zepelim a zarpar!
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Vir-a-ser

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ali, se fosse o acolá, ali seria lá, mas não seria ali C, mas ali se ia um D como se Lá fosse Dó e ali Sí ao invés de ali Sol... porque ali sempre só... tem o sol de lá em si sem dó...ali será?
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by Fruet

5 de julho de 2007

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imperdível
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o que der na telha!

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4 de julho de 2007

Conjuguemos






beber.







gargalhar.







não estar (nem aí).







desconfiar.





equilibrar




cair.