31 de maio de 2007

Impagável


30 de maio de 2007

Da série Intervenções Urbanas Geniais




em catalá.


(vamos brincar de tradução? quem se aventura?)





22 de maio de 2007

Das despedidas


Caminho sozinha pelas ruas de Barcelona. Fui frustrada por um mal-entendido que me fez ficar 1h esperando de pé na frente da Champanheria, tendo de ver dezenas de pessoas se embebedando com cava buenisima e barata e se empanturrando de entrepans suculentos. Vou, então, de volta à cidade velha e de repente me vejo triste. Investigo intimamente minha melancolia. Saudades antecipadas de alguém que eu teria de deixar na tarde seguinte, quando seguisse ao aeroporto para partir? Não. A Carol eu veria em breve, fosse no Natal ou no ano que vem. A família eu veria em poucos dias, no Brasil. Os amigos de lá, esses estavam em seus lugares, como sempre, saudades já esgotadas nos reencontros desses dias. Tristeza em voltar a Porto Alegre? Ou mesmo em estar encaminhando-me ao Rio, cidade nova, estranha? Não. Ao invés disso, um prazer me vem ao lembrar dessas duas queridas cidades brasileiras. Talvez seja algo mais subjetivo, o desânimo de retornar à vida de obrigações e compromissos que afinal eu escolhi. Mas nada disso revelou-se como motivo convincente.
Sinto, isso sim, um impulso praticamente incontrolável de abraçar o chão. É isso. Quero abraçar a cidade. Olho os prédios da via Laietana, nem tão charmosos assim, mas os amo. Amo cada pedrinha da carrer Ferrán. Amo os loucos e bêbados da Plaça Reial. Amo até mesmo o catalão. Ora, deixar Barcelona não foi fácil na primeira vez. E muito menos o é agora.


Vai ver Barcelona é esse amor do passado que ficou mal resolvido. Nunca tivemos tempo de enjoar uma da outra. Acabou mal acabado, porque eu sempre tive que ir embora. Eu o quis. E agora, quando a gente se reencontra, é apenas por uns dias. O gosto de quero mais fica na boca. Quando estamos reacostumadas uma com a outra, eu vou embora. Ainda que a gente mude com o tempo, tem essa química que nos faz vibrar quando a gente se vê.


Quem sabe um dia consiga colocá-la em primeiro lugar na minha agenda da vida, e não apenas por um fim de semana. E aí possamos passar longas semanas juntas, fazer todos os programas que ainda não fizemos, viajar nos seus arredores, nos conhecermos melhor. Brigar, ter crises, discutir a relação. E aí pode ser que dure só por uns meses. Pode ser que tudo não passe de uma paixão fulgás. Mas pelo menos vai ter um fim bem resolvido, e deixá-la será mais fácil do que o é agora.


Ou não. Talvez esse em-a-ver alimente a prazeirosa vertigem de sempre querer revê-la.

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3 de maio de 2007

Pescaria II

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Os afectos atravessam o corpo como flechas, são armas de guerra. Velocidade de desterritorialização do afecto.(...) Anéis partidos.
Gilles Deleuze & Félix Guattari - Mil Platôs vol. 5.
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