28 de agosto de 2007

Rio cenas

grafites na rua do Vininha


Grazi e Batata no Bip bip


falando de aparelho do Bip bip.
Bia e Paulo Rasta à direita.



o namorado da Bia é o Sandro Goiano.
ao fundo, os músicos do samba.




soneca no meio da semana em Grumari.





a silhueta das montanhas e um certo friozinho de 20 graus.


























19 de agosto de 2007

First impressions

CARIOCAS SÃO BONITOS
CARIOCAS SÃO BACANAS
CARIOCAS SÃO SACANAS
CARIOCAS SÃO DOURADOS
CARIOCAS SÃO MODERNOS
CARIOCAS SÃO ESPERTOS
CARIOCAS SÃO DIRETOS
CARIOCAS NÃO GOSTAM
DE DIAS NUBLADOS

CARIOCAS NASCEM BAMBAS
CARIOCAS NASCEM CRAQUES
CARIOCAS TÊM SOTAQUE
CARIOCAS SÃO ALEGRES
CARIOCAS SÃO ATENTOS
CARIOCAS SÃO TÃO SEXYS
CARIOCAS SÃO TÃO CLAROS
CARIOCAS NÃO GOSTAM
DE SINAL FECHADO

Adriana acertou. Mas o leitor tem de ser atento: ela diz "sacanas", ela diz "não gostam de sinal fechado", ela diz "modrenos", expressões que carinhosamente criticam os cariocas. E repito: ela tá certa. No trânsito, pisca não existe e como em todos os lugares, prevalece a lei do mais espertinho. Pena que é uma lei moderna mesmo, e sacana. São alegres, simpáticos e craques, mas um tanto modernos demais. O contato é forte e expansivo, quase que por um medo do encontro. Enquanto na Barra tem-se de andar por uma hora e atravessar quatro portões gradeados (e identificar-se em todos eles) pra conseguir encontrar alguém. Já conhecido, por sinal.
Da nossa província, tenham em mente as vantagens.

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Sete dias de Rio não é nada. Quem sabe me pecho na rua com a gafanhota e trocamos uma idéia?

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18 de agosto de 2007

tripulantes

Foram três dias de gasolina, suor, frio, chuva, sol, perdas, ganhos, medos, tensões, gritos, confusões, risadas, pão integral (e não o colonial!!!), pastéis, músicas repetitivas e o melhor chope de nossas vidas.
Viva nós! We made it! E que pena que eu tive que ficar e vocês, ir.
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A-do-rei.
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Agora vejam se mudem as suas músicas de seus respectivos mp3s.
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diálogos

petry diz:
e como ta o dia aí?
ali.ce.fué diz:
lindo
ali.ce.fué diz:
24 graus
ali.ce.fué diz:
praia
ali.ce.fué diz:
peguei uma cor
ali.ce.fué diz:
tô chapada
ali.ce.fué diz:
e amo esse lugar
ali.ce.fué diz:
NADA MELHOR DO QUE FUGIR DO FRIOOOOOO
ali.ce.fué diz:
e agora tá todo mundo dormindo, é aquele clima pós almoço na praia, as pessoas dormindo, o sol começando a baixar, eu tô escutando Los Hermanos, a flor, mei baixinho...
ali.ce.fué diz:
nham nham nham
ali.ce.fué diz:
vou ali terminar a louça...
petry diz:
e eu to de ressaca num frio com chuva indo ver o tricolor
ali.ce.fué diz:
lamento muito
ali.ce.fué diz:
de verdade
ali.ce.fué diz:
acho inclusive que todos os gaúchos tinham que migrar pro Rio pra ficar perfeito.
petry diz:
é, inclusive o tricolor
ali.ce.fué diz:
é. isso mesmo!

10 de agosto de 2007

Pelo mundo

eu ando pelo mundo prestando atenção
em cores que eu não sei o nome
cores de almodóvar
cores de frida kahlo, cores

passeio pelo escuro
eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
e como uma segunda pele, um calo, uma casca,
uma cápsula protetora

eu quero chegar antes
pra sinalizar o estar de cada coisa
filtrar seus graus
eu ando pelo mundo divertindo gente
chorando ao telefone
e vendo doer a fome nos meninos que têm fome

pela janela do quarto
pela janela do carro
pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
eu vejo tudo enquadrado
remoto controle

eu ando pelo mundo
e os automóveis correm para quê?
as crianças correm para onde?
transito entre dois lados de um lado
eu gosto de opostos
exponho o meu modo, me mostro
eu canto pra quem?

pela janela do quarto
pela janela do carro
pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
eu vejo tudo enquadrado
remoto controle

eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
minha alegria, meu cansaço?
meu amor cadê você?
eu acordei
não tem ninguém ao lado

pela janela do quarto
pela janela do carro
pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
eu vejo tudo enquadrado
remoto controle

Adriana Calcanhoto

8 de agosto de 2007




ir-se, ir-se.
livrar-se de livros, fotos, luzes, cachepôs, chapéus, quadros, móveis, imóveis.
destacar-se de grupos, encontros, rimas fáceis, calafrios.
desfazer-se de gentes e fazer malas.
voltar para fora, abrir caminhos.
nomadizar as bordas, os cabelos, o chão, os poros.
fincar-se em outro, em outros, em outra cidade, para alçar vôos de asa delta pela orla, pela beira, pela areia.
apostar mais, e ganhar, e perder, e deixar de ganhar, e vender, e emprestar-se um pouco.
ir-se e rir-se, desfalacer-se, multiplicar-se, correr demais para encontrar alguém.
olhar para trás, olhar para o lado, e temer, e ter, e ter, e desfazer-se, e desfazer-se.
não partir só, portar mundos, fundos, olhares, pactos, virtuais, mãos.
levar consigo malas, baús, afetos, mães, pais, tijolos e plumas.
deixar pedacinhos com muitos, máquinas e texturas e corpos e letras.
partir, partir-se, espalhar-se.
intensificar o que foi, o que há, o que pode ser.
e, quem sabe, ser.




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