despontar de um porto que já não há
barca
deixar rolar águas re
voltas
em torno das ondas de um rio que abocanha
vir
gula
abortar o nado que me leva
nada levar
lavar bem
tudo
colocar os pingos nos
ir
3 de agosto de 2019
Cine-poema
.
.
exploro imagens de arquivo
encontro os negativos dos nossos encontros
empilho-os caoticamente no canto do escuro dos olhos
esforço-me em remontar os detalhes
edito as cenas com acidez
pra não acabar em comédia romântica óbvia
(não o seria)
torço secretamente por um filme independente europeu
(seria charmoso)
pode ser que dê um documentário nacional sensível
(seria poético)
reenceno um clímax
há tensão e suspense
uma música surpreende
e dispara um cheiro
me acerta em cheio
obsceno
a pulsação dispara
quase me mata
escapamos vivos
é uma aventura doce-ardente
e o final é aberto
.
.
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