8 de agosto de 2007




ir-se, ir-se.
livrar-se de livros, fotos, luzes, cachepôs, chapéus, quadros, móveis, imóveis.
destacar-se de grupos, encontros, rimas fáceis, calafrios.
desfazer-se de gentes e fazer malas.
voltar para fora, abrir caminhos.
nomadizar as bordas, os cabelos, o chão, os poros.
fincar-se em outro, em outros, em outra cidade, para alçar vôos de asa delta pela orla, pela beira, pela areia.
apostar mais, e ganhar, e perder, e deixar de ganhar, e vender, e emprestar-se um pouco.
ir-se e rir-se, desfalacer-se, multiplicar-se, correr demais para encontrar alguém.
olhar para trás, olhar para o lado, e temer, e ter, e ter, e desfazer-se, e desfazer-se.
não partir só, portar mundos, fundos, olhares, pactos, virtuais, mãos.
levar consigo malas, baús, afetos, mães, pais, tijolos e plumas.
deixar pedacinhos com muitos, máquinas e texturas e corpos e letras.
partir, partir-se, espalhar-se.
intensificar o que foi, o que há, o que pode ser.
e, quem sabe, ser.




.



Nenhum comentário: