A Avenida Atlântica é arranhada pelos veículos
Do outro lado do passeio público, mais além das ondas em preto-e-branco, o mar dá a sua resposta: sob a luz implacável do sol, as ondas ali têm cor. São azuis. E quebram, intensas, em um plácido e intenso movimento, totalmente alheio à pista de piche. Convocam a uma sensação que não raro incomoda os motoristas dessa cidade que não suporta sequer um segundo da luz vermelha do semáforo (“cariocas não gostam de sinal fechado”, canta Adriana Calcanhotto no rádio): convocam à sensação de duração. Para acompanhar a queda de uma onda se faz necessário desacelerar, ou mesmo parar.
Subversivo, o mar está sempre em câmera lenta.
Um comentário:
vai-e-vem o mar
e nem sempre pede que o acompanhemos
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