5 de junho de 2007

as voltas que se dá

existem muitas voltas que se pode dar:
a volta da ciranda, quando se é pequena
a volta por cima, quando se cai
a volta da curva, quando se quer desviar
a volta ao passado, quando se quer recuperar
a volta na cabeça, quando se perde a razão
a meia-volta, quando se quer retornar.

para dar qualquer uma, como eu já disse, deve se dar. dar foi e sempre será o mais difícil. e a gente é teimoso, teimoso demais quando insiste que não se pode mais dar e só receber. talvez um pouco preguiçoso também.

*****


tudo o que "descobri" lendo Freud na verdade eu já sabia.
tudo o que eu "descobri" lendo Foucault na verdade eu já sabia.
todo esse jogo de poder é o que nos deixa febris. a busca por ter algo ou ser algo ou pensar algo melhor do que algo outro. mal nos damos conta, mas é o que mais fazemos. no entanto, de alguma forma, tem um ponto em que a gente estanca. em que cedemos. e é como já me disseram: a gripe é um vírus e ataca milhões de pessoas. não tem muito o que fazer, a não ser esperar. estamos emaranhados no doentio jogo de poder. nada a fazer.

(ou seria melhor se tratar? pode-se tratar com médicos, médiuns ou música. nada, porém, garante uma cura da vontade de poder...)

como eu disse antes, contato é coisa para bichos, então melhor se tratar sozinhos. é como temos feito, sagazes sujeitos do contemporâneo. ficar e pedir tempo foram as duas invenções de maior sucesso das últimas décadas. tudo facilita o ficar sozinho. assim temos nossos PCs, blogs, telefones e TVs (a não ser que dê um curto circuito ou que algo se quebre, eles estão sempre ali pra ti!). e aí a gente finge estar curado. ô maravilha! voltamos ao belo império do estar bem. voltamos à paz do estar sozinho.

reparem bem, "voltamos". não é a mesma coisa que "dar a volta". mas quem se importa? dar é coisa de mulherzinha. e mulher já saiu de moda há muito tempo.

2 comentários:

cintilante disse...

e "dar à luz", seria voltar a que?

carol de marchi disse...

sejamos fêmeas, que é ser mulher e bicho. vamos andar em bandos, no mato e nos lamber uns aos outros.

e vamos dar, dar e dar. foda-se a moda. quem é de vanguarda, cria!