31 de julho de 2008

Na rua dela corre uma lava.





Os dias nessa rua seguem tristes.
Alguns picos de sorriso.
Nenhuma lágrima.
Nem nada de suor.
Aliás, nada de muito sal.
Mais uma viscosidade doce.
Seca.
Quente.
Nem o inverno está lá muito cortante.
Corte seguem não tendo, os cabelos.
Nenhum vento que os movimente.
Nenhum ponto no horizonte.
Quiçá um muro.
Ao menos uma linha.
Pedra e piche de mel, deve ser.
Nenhuma alma penada para emprestar as penas.
Nem um socorro.
A Lóri de Clarice assopra que é preciso aprender.
Pode ser.
E, no entanto, sopro não há.
Ela mesma ama o nada, por ser eternidade.
E querer eternidade.
Três mil anos, para nós.
E alguns minutos para os ponteiros do relógio.
Nem um sopro.
Nem um ponto.
Alguns picos.
Alguns dentes.
Mas a primavera não está entre eles.
No entanto,
Neste tanto,
Num intento,
Perseveramos,
já que é preciso viver



apesar de.

2 comentários:

tatá. disse...

opa!

Paula disse...

é preciso viver
impreciso
em precisar
virou-se
a viver bem